
No dia 18 de maio realizar-se-ão eleições legislativas em Portugal. Eleger-se-ão 230 representantes à Assembleia da República, que terão o poder de decidir os destinos do país, incluindo os Orçamentos do Estado. Estes Orçamentos são financiados com o dinheiro de cada contribuinte, a esmagadora maioria vivendo apenas do seu trabalho. Um dos pilares das democracias liberais funda-se numa ideia: nenhuma taxação sem representação. Quer isto dizer que o Estado tem o direito a cobrar impostos se, por sua vez, garantir o direito à representação de quem é taxado.
Ainda assim, existem centenas de milhares de contribuintes sem direito ao voto. Segundo dados da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em 2023 viviam em Portugal cerca de um milhão de pessoas imigrantes. Dessas, pouco menos de um terço tem nacionalidade brasileira e por isso tem direito ao voto em Portugal. Isto quer dizer que, mesmo a partir duma estimativa muito conservadora, são mais de seiscentos mil residentes e contribuintes que não podem votar, que não têm permissão para falar e decidir o seu futuro.
Servem as pessoas imigrantes só para aumentar os cofres da Segurança Social ou são pessoas por inteiro, com direito a participar na vida política da sua comunidade? A reivindicação do sufrágio universal que inclua as pessoas imigrantes deve ser prioritária em qualquer país, por ser justa e democrática. Mas sobre isto as televisões e as campanhas partidárias não dizem nada!