
O futuro está nas costas e o passado na nossa frente, diriam no linguarejar moderno de hoje, os Antigos da Antiguidade clássica, na sua sabedoria incalável.
A razão de assim ser, constataram, é que o futuro é-nos desconhecido, chegamos a ele andando e tateando de costas, ou, dito de outro modo, andamos em direcção a ele de costas e é assim que o vamos desvendando.
Já o passado, que se torna presente, está à nossa frente: já o atravessamos, trazemo-lo connosco, está em nós.
E porque somos os que esquecem, se esquecem, às vezes, não poucas, é preciso convocar o passado presente, que de algum modo enuncia o futuro porvir.
Nos fascículos que se seguem, parte deste pêndulo andará na senda deste entrelaçar entre estes dois tempos e modos, invitando a dimensão das suas (des)continuidades e possibilidade para que o espanto do agora e o que há-de vir, seja o espanto do mundo novo possível.