
As chamadas “terapias de conversão sexual” dirigidas a forçar a modificação da identidade e expressão de género ou orientação sexual, são permitidas na grande maioria dos países do mundo. Declaradas desde o século XIX como medidas para “curar patologias” ligadas à saúde mental, assumiram ao longo do tempo várias formas: desde o recurso ao eletrochoque, lobotomia ou castração, até à administração forçada de hormonas ou à psicoterapia, empregando-se nesta última métodos abusivos como a nudez, o contacto físico com o terapeuta, a biogenética, além da persuasão religiosa. Algumas destas práticas continuam a ser utilizadas atualmente, motivo pelo qual as Nações Unidas classificaram estas “terapias de conversão sexual” como tortura.
Na União Europeia, suposto centro iluminado da civilização, apenas 8 dos seus 27 países as restringiram ou proibiram. Perante a violência estrutural exercida sobre as pessoas queer, respondemos e continuaremos a responder com a liberdade de ser. A luta pela felicidade é a luta pela liberdade no sexo que temos, na roupa que usamos, nos pronomes que escolhemos, na forma como falamos.
Como é que vamos ser felizes em conjunto quando se torturam pessoas pelo simples facto de existir? É a sociedade no seu conjunto que está profundamente doente quando se perseguem seres humanos pelo que meramente são.