
O fundador e diretor-executivo do Spotify, Daniel Ek, é o principal investidor numa nova empresa de guerra alemã, a Helsing, da qual também é presidente. Em 2021, Ek investiu mais de 100 milhões de euros na empresa, e já em 2025 encabeçou uma nova ronda de financiamento no valor de mais de 600 milhões. A Helsing é uma empresa de armamento e tecnologia militar focada no desenvolvimento da inteligência artificial nos arsenais europeus. Para além da tecnologia de IA, fabrica drones e planadores subaquáticos.
Tudo indica que será um investimento lucrativo, pois neste ano o governo alemão anunciou um aumento astronómico no orçamento militar, e o mesmo promete-se por toda a União Europeia. Os investidores salivam: o investimento privado nesta área quintuplicou nos últimos seis anos, de acordo com um relatório do Fundo de Inovação da NATO, tendo atingido um recorde de 5,2 mil milhões de dólares em 2024. A missão da Helsing, dizem no seu site, é “proteger as nossas democracias”. As “democracias” estão em perigo, é o que nos pregam aqueles que lucram com a morte e a miséria alheias. E por isso é preciso causar o pânico e reprimir.
É este mesmo autoproclamado “mundo livre” que patrocina à luz do dia um atroz genocídio em Gaza. Os governos europeus continuam a apoiar económica, política e militarmente o estado israelita – a Alemanha, por exemplo, vendeu-lhe armas no valor de 250 milhões no primeiro semestre de 2025 –, enquanto aumentam os ataques ao movimento pró-Palestina e anti-genocídio. No Reino Unido, o grupo Palestine Action, que defende parar as exportações de armas britânicas para o estado genocida, foi oficialmente categorizado como uma organização terrorista, tendo já resultado na prisão de vários dos seus militantes.
RZ